"- E que somos nós? - exclamou Ega. - Que temos nós sido desde o colégio, desde o exame de latim? Românticos: isto é, indivíduos inferiores que se governam na vida pelo sentimento, e não pela razão..."
Os Maias

terça-feira, 15 de junho de 2010

Como é que se sabe? (1)

Foto @ Olhares.aeiou.pt (amor e inocência)

Quando ainda era bem novinha, dei por mim pela primeira vez a passar demasiado do meu tempo a pensar num rapaz. E questionava-me se aquele pensamento contínuo seria gostar mesmo de alguém.
Um dia perguntei à minha mãe como é que é possível saber... Perguntei-lhe como é que se sabia que se gostava tanto de uma pessoa ao ponto de querer tomar a decisão de casar com ela. Se com ela tinha sido fácil. A minha mãe na altura respondeu-me que isso acontecia quando eu sentisse que estava a gostar daquela pessoa, tanto como dos meus próprios pais. Ou porventura, mais do que sempre amei os meus pais.
Aí sim, passar o resto da vida com aquela pessoa surge como algo natural.
Eu era muito nova, mas aquela regra fez-me sentido...
Percebi logo que isso não havia de acontecer assim tantas vezes na vida. Não acontece com todos os rapazes bonitos que eu conheço... Ok, com nenhum, pensava. Mas gostava de amar assim alguém. Na altura fazia-me confusão que a minha mãe me tivesse dito que era possível amar tanto ou mais que aos pais. Mas tinha toda a lógica. Se a pessoa que eu escolher para a minha vida vai substituir e criar um novo núcleo familiar, igual àquele que hoje conheço e onde me sinto tão bem, claro que tenho que amá-lo da mesma forma. Tanto ou mais.
Claro que isto é tudo muito mais fácil de entender quando se tem uma família onde há amor, e nem consigo imaginar como é que eu olharia para o mundo se não tivesse os exemplos que sempre tive. Não sei como é que me relacionaria com os outros, nem se conseguiria gostar de alguém.
Já assim não sou perfeita... Sou leal mas não perfeita.

2 comentários:

Luís disse...

Muito bom...
Parabéns

Anónimo disse...

Adorei :)
Beijinhos,
Cláudia