"- E que somos nós? - exclamou Ega. - Que temos nós sido desde o colégio, desde o exame de latim? Românticos: isto é, indivíduos inferiores que se governam na vida pelo sentimento, e não pela razão..."
Os Maias

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A necessidade e o impulso


Como não sou rica e gosto de não me arrepender do dinheiro que gasto, pus-me a pensar nas decisões dolorosas que por vezes sou obrigada a tomar, sob pressão. A grande maioria das mulheres (e dos homens), entende bem o drama de não se poder ter tudo aquilo que se quer, e nesse sentido, nunca ninguém deixa de ser criança, tal e qual como quando ficamos com vontade de comer um gelado ou desejamos intensamente um brinquedo que passa no reclame da televisão. A diferença é que actualmente, como somos crescidos, arranjamos mecanismos para saber lidar com a situação. Mas a frustração é a mesma! Igualzinha.
Pior do que isso é o arrependimento de ter comprado algo que, no dia seguinte, afinal de contas não é a nossa cara!, como parecia no espelho do provador da loja. É por isso que eu prefiro namoriscar bastante, com a distância do vidro da montra, como fiz com a última mala que comprei, ou fazer uma pré-pesquisa nos sites da Internet das melhores lojas onde costumo ir, porque têm expostos todos os artigos de modo organizado, com os preços e as cores disponíveis, e ninguém me aparece a perguntar se preciso de alguma ajuda.
Para além disso, não tenho muito tempo nem paciência para passar horas dentro de uma loja a olhar, leia-se, apalpar, peças de roupa. Talvez para evitar aquela frustração de não poder levar tudo quanto gostaria.
E tenho para mim algumas regras práticas que passo a partilhar: Primeiro, na dúvida, nunca trago nada para casa. Em segundo lugar, nunca compro coisas que estejam demasiado na moda, porque são sempre as mais caras, mas também aquelas que mais depressa ficarão de lado no armário. Não há nada como peças clássicas que podemos juntar em qualquer ocasião, e por mais simples que sejam, podemos sempre compor com acessórios como um colar ou um lencinho a combinar e assim, com a mesma peça, fazer várias combinações diferentes.
Depois, muito claramente, os dois piores conselheiros das mulheres na hora de ir às compras, e por isso, verdadeiros inimigos são:
- a necessidade, e
- o impulso!
Porque ambos são incontroláveis. Não há razão que lhes ponha cobro, e de vez em quando... acontece. Escolher, por exemplo, um cinto ou um casaco, só porque nos esquecemos dele em casa, é uma compra por necessidade, e nunca resulta!
Quanto ao impulso, por definição, não passa disso mesmo.
Amplamente estudado pela Física, o Impulso é a Força que provoca o movimento de um corpo, num certo intervalo de tempo.
Traduzindo à letra para o sentido figurado, é objectivamente uma necessidade imperiosa, muitas vezes irresistível, que leva certos indivíduos à prática de actos descontrolados e irreflectidos.
Nem mais nem menos do que a Física representa graficamente.
Assim, meus caros, e em jeito de conclusão, I = F. Δt., entenda-se!



2 comentários:

Tiago Lourenço disse...

Alda, não é preciso uma grande formula para explicar coisas simples... lol
Mesmo que no dia a seguir já estejas farta do casaco que compraste no dia anterior, já valeu pela satisfação de não teres ficado a pensar... gostava tanto de ter comprado aquele casaco... De qualquer maneira ainda posso acrescentar, quando fores mãe, ainda tens de juntar à equação outra variante, o factor F. Neste caso F=Filhos. Aqui o F tem prioridade sobre todas as outras operações... lol

AGomes disse...

LOL, está bem visto sim senhor:)
mas por agora tenho que me limitar às minhas variáveis, e aprender a viver com isso:)
beijinhos e obrigado pelo comentário.