"- E que somos nós? - exclamou Ega. - Que temos nós sido desde o colégio, desde o exame de latim? Românticos: isto é, indivíduos inferiores que se governam na vida pelo sentimento, e não pela razão..."
Os Maias

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Agora é que é!


Há 4 anos atrás, fiz a primeira prova oral da minha vida, e recebi a tua primeira sms, sem sequer termos trocado números de telefone e nem haver muita confiança, foi na véspera do exame, à noite, desejando-me boa sorte. Pouco tempo depois, quando andava a tirar a carta de condução, apareceste em Castelo Branco de surpresa,  em Setembro, no dia em que eu passei no Código. Tinhas tudo controlado e estavas à minha espera em sítio onde sabias que eu ia passar. O meu coraçãozinho encheu-se com a tua presença. No mesmo dia, uma mensagem de amor no guardanapo da minha sobremesa, no restaurante. Um bilhete na minha mota, com a mesma mensagem que ainda hoje me conquista. No início de um amor, tudo é inconsciente, tudo se faz para provocar ansiedade e desejar intimidade, jogam-se as cartas em cima da mesa, sem no entanto as mostrar um ao outro. É um desafio. Fazem-se coisas mais ou menos previsíveis, na hora certa. E qualquer assunto torna-se o melhor assunto do mundo para se ter uma boa conversa!
Ambos entendíamos o que estava a acontecer e sabíamos (um mais do que o outro, é certo), que as dificuldades nos poderiam fazer vacilar.  Mas passaram 4 anos. De privação.
Disse-te muitas vezes que tinha medo por nós, medo de crescermos um sem o outro. Porque mudamos, evoluímos. Medo que a distância nos fizesse idealizar demasiado a pessoa que supomos estar ao nosso lado, mas com a qual não convivemos diariamente, e por isso, pode ela ser uma pessoa diferente, na qual já não reconhecemos a ideia que fazemos dela. Essa prova está em parte por fazer.
Mas agora vai ser tudo diferente, porque vou poder ir contigo ao cinema (sim....). Poderemos jantar juntos mais ou menos quando nos apetecer. E poderei ver-te ao final do dia sem o grande transtorno das viagens longas. Poderemos planear coisas. Ir juntos às aulas de espanhol, no fim do dia. Esta vai preencher plenamente o meu imaginário! Quero muito ver (no sentido de olhar e de tocar) como estás vestido diariamente. Quero partilhar a minha melhor conquista e o meu maior desgosto do dia, e quero muito poder fazê-lo sem  o recurso à linha do telefone. Quero saber como estás e, a todo o momento, se precisares de mim, poder ir 'a correr' ter contigo.
Coisas normais.
Agora é que é!

2 comentários:

Anónimo disse...

Simples e sincero.
Sabe muito bem ler este texto, a sério!
Espero que corra tudo bem =)

Karenina Koch disse...

É pela inocência intrínseca que te recordarei sempre com muito carinho :)
Sei que tudo correrá bem, amorinha.
Não te esqueças de ir dando noticias de ti!
Beijo