Poema: Álvaro de Campos
Música: Mário Laginha
Cristina Branco (duet with Jorge Palma)
- Ai, Margarida,
Se eu te desse a minha vida,
Que farias tu com ela?
- Tirava os brincos do prego,
Casava c'um homem cego
E ia morar para a Estrela.
- Mas, Margarida,
Se eu te desse a minha vida,
Que diria tua mãe?
- (Ela conhece-me a fundo.)
Que há muito parvo no mundo,
E que eras parvo também.
- E, Margarida,
Se eu te desse a minha vida
No sentido de morrer?
- Eu iria ao teu enterro,
Mas achava que era um erro
Querer amar sem viver.
- Mas, Margarida,
Se este dar-te a minha vida
Não fosse senão poesia?
- Então, filho, nada feito.
Fica tudo sem efeito.
Nesta casa não se fia.
Se eu te desse a minha vida,
Que farias tu com ela?
- Tirava os brincos do prego,
Casava c'um homem cego
E ia morar para a Estrela.
- Mas, Margarida,
Se eu te desse a minha vida,
Que diria tua mãe?
- (Ela conhece-me a fundo.)
Que há muito parvo no mundo,
E que eras parvo também.
- E, Margarida,
Se eu te desse a minha vida
No sentido de morrer?
- Eu iria ao teu enterro,
Mas achava que era um erro
Querer amar sem viver.
- Mas, Margarida,
Se este dar-te a minha vida
Não fosse senão poesia?
- Então, filho, nada feito.
Fica tudo sem efeito.
Nesta casa não se fia.
2 comentários:
Pior que um amor perdido, só um amor não correspondido.
um amor não correspondido é melhor do que o perdido. porque se pode sonhar, e não há saudade.
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