"- E que somos nós? - exclamou Ega. - Que temos nós sido desde o colégio, desde o exame de latim? Românticos: isto é, indivíduos inferiores que se governam na vida pelo sentimento, e não pela razão..."
Os Maias

terça-feira, 11 de maio de 2010

You should blog about it!

Faz por esta altura um ano que escrevi a primeira mensagem neste blogue, sem que alguma vez tenha dado qualquer explicação a quem quer que fosse da sua existência. O primeiro post chamava-se "cordeirinhos" e não anunciava o início de nada. Nessa altura ninguém sabia que algo de novo tinha sido escrito, muito menos em que morada, porque este blogue viveu na clandestinidade durante algum tempo. Nem eu sabia se aquilo havia de ser apenas um diário digital daqueles que nunca tive em papel. Acabou por ser visitado. Primeiro foi descoberto por constar do histórico do meu computador e não havia como esconder aquele projecto de página pessoal. Sabia a Telma e o meu namorado. Depois cheguei a contar, com algumas reticências, ao meu amigo Helder, a quem mais tarde se tornou óbvio convidar para a escrita poética, para a reflexão, e para tudo a quanto a sua alma livre pudesse aspirar.
Pensava eu... O meu blogue 'ideal' seria um sítio onde eu tivesse o acesso directo a tudo o que costumo consultar na Internet. De um lado, as páginas de jornais nacionais e desportivos (desportivos, quer dizer, o Record), as páginas dos jornais das notícias da Beira, num outro lado a informação e revistas jurídicas, assim como os sites de bases de dados legais e de jurisprudência, e ainda um cantinho reservado para as páginas de "lazer". Só que entretanto, não há muito tempo, aprendi a utilizar os 'Marcadores', qualquer coisa que não sabia existir entre o Histórico e as Ferramentas, e assim consigo ter todas as ligações à margem de qualquer página da Internet, e esse simples facto não só tornou toda a minha vida mais fácil, como tornou a ideia de colocar todos aqueles links no blogue, completamente disparatada!!
A vida do blogue continuou em constante mudança. E na verdade, sempre me irritou esta adesão à proliferação do blogo-mundo, à qual resisti durante algum tempo. Depois tive a necessidade de divulgar uma ou outra coisa acerca da qual falava, e um blogue era certamente a forma indicada de dar a informação de  uma forma pessoal - e claramente suspeita - que me interessava, mas para isso era preciso que uma ou outra pessoa tivesse acesso ao próprio blogue! Depois, porque às vezes me apetece homenagear as pessoas que me rodeiam e nem sempre encontro a melhor maneira de o fazer, entre as conversas de circunstância que a vida nos leva a ter com elas.
Não escrevo, portanto, para o Ego. Não escrevo para tentar formar ou influenciar as opiniões sobre as trivialidades da actualidade. Nem sequer tenho que me pronunciar sobre coisa nenhuma! Nem sequer tenho que vir aqui. Sou livre nos temas e na forma. Um blogue é, para mim, - e para muito boa gente, - um site para quem não sabe fazer um site, uma página que, apesar de tudo, tem a nossa marca e onde podemos dar este mundo e o outro a conhecer, o que vive em cada um de nós.

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