Passado exactamente meio ano desde o último post neste blogue, eis-me aqui. Este meio ano passou rápido, rápido. Passou a correr, entre a contagem de prazos e o cumprimento dos mesmos. E o próximo meio ano apresenta-se ainda mais preenchido. A vida não pára. Passa por mim diáriamente, sem que eu tenha noção da sua velocidade, e é a este ritmo que sou chamada a agir, e a tomar partido. Sou chamada a todo o momento a não ficar indiferente. E por vezes é tudo o que quero. Ser um vegetal, um nada, um ser não pensante. A quem ninguém pergunta absolutamente nada.
E às vezes é tão melhor fechar os olhos ao que está a acontecer à nossa volta. Vivemos num país adormecido, dormente, e não é de agora. Um país triste. Quanto a mim, pelo menos, tenho estado um bocadinho deprimida desde que o governo caiu. É que pelo menos enquanto o governo estava de pé, existia toda uma aparência de que as coisas estavam bem, as coisas iam indo. Depois da queda governo, mas não necessariamente por causa dessa queda, senti-nos a todos em queda livre. Grandes discussões constitucionalistas acerca da legitimidade do governo de gestão pedir ajuda externa. Por ser uma inevitabilidade. Por fazer parte da queda. Costuma dizer-se que 'quem está no convento é que sabe o que vai lá dentro', e o governo por enquanto ainda em funções era o único que podia prever que dia faltaria dinheiro na carteira do Estado, até onde aguentariam as contas públicas sem que faltasse dinheiro. De qualquer modo, qualquer pessoa atenta percebe que a bancarrota chegou. De qualquer modo, a entrevista dada pelo primeiro-ministro na sua residência oficial há dois dias atrás no sentido de negar a possibilidade de ajuda externa, e da sua oposição à mesma, era irreal, eleitoralista, falsa, calculista e de resto inqualificável.
Não importa. Estou deprimida. Sobretudo porque, mais do que na carteira do Estado, vai faltar o dinheiro na carteira de todos nós.
Não importa. Estou deprimida. Sobretudo porque, mais do que na carteira do Estado, vai faltar o dinheiro na carteira de todos nós.
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