"- E que somos nós? - exclamou Ega. - Que temos nós sido desde o colégio, desde o exame de latim? Românticos: isto é, indivíduos inferiores que se governam na vida pelo sentimento, e não pela razão..."
Os Maias

terça-feira, 4 de maio de 2010

Jam no Carmo

Sentava-me.
Os pés, somente, e os ombros, marcavam o compasso e balanceavam o ritmo com que a melodia enchia aquele espaço.
Admirava o baile tal como ele acontece. Admirava quem faz dele aquilo que ele é. Sou impelida a sorrir.
Recuperava mentalmente os tempos de antigamente, onde tudo era tão igual aos dias de hoje, igual em rituais, brincadeiras, sorrisos e conversas. Igual nas pessoas, nos interesses, na dança e na música.
Transporto-me realmente para outro tempo, mas exactamente no mesmo espaço, o largo do Carmo.
Anuncia-se o nome da música que aí vem, "a saia da carolina", organizam-se todos, e mal se faz sentir o violino, a magia dos sorrisos traduz-se em sequência: primeiro é uma postura, depois é a uma posição, depois são passos e rodopios simétricos numa magia que enche o meu coração.
Fico completamente contagiada pela vontade de dançar como eles, vou para a roda e, meio atabalhoada, lá ando de um lado para o outro sem destoar, prometendo, pela sexagésima vez, a mim mesma que irei ao primeiro workshop de danças tradicionais que tiver conhecimento. Ou ao Andanças...

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