"- E que somos nós? - exclamou Ega. - Que temos nós sido desde o colégio, desde o exame de latim? Românticos: isto é, indivíduos inferiores que se governam na vida pelo sentimento, e não pela razão..."
Os Maias

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dress to work



Uma mulher bonita não passa despercebida. Uma mulher feia passa. Mas uma mulher que não queira passar despercebida, certamente conseguirá o seu objectivo, mesmo que não pelas melhores razões. A máxima a reter - aplicável sobretudo às mulheres, que não têm a facilidade (e ainda bem) de recorrer àquele código uniforme, da camisa, do fato e da gravata - é a seguinte: "Diz-me como te vestes e que calçado usas, dir-te-ei o nível de equilibrio emocional em que te encontras." Não tem somente que ver com bom gosto nem com o bom senso ou disposição com se se abre o armário, quando de manhã, no fundo, decidimos a imagem que queremos que marque o nosso dia, e aquela com que queremos que toda a gente fique de nós mesmos, assim que olhe para nós.
É preciso divulgar uma série de regras simples. Alguém que explique, por exemplo, que umas calças de ganga, rasgadas, com buracos, ainda para mais justas até ao fundo - como se vê por aí - não fica bem com um sapatinho de salto em bico, qualquer que seja a cor ou o feitio do sapato! O desequilíbrio nesta conjugação, para quem ousa sair assim à rua, é incompatível com uma cabeça arrumada, mostra toda a fragilidade de alguém que não percebe o lugar que lhe é reservado, e não percebe que gostar de A e de B, não significa que se possa juntar A mais B, ao estilo de laranja com leite antes de ir deitar. O segundo exemplo de desequilíbrio nesta meia estação, entre o Verão da tarde e o Inverno da manhã é juntar umas calças pelo joelho sem collans e aquele sapatinho que usamos no Verão, com aquele casaco de peles quentinho, que até nos faz ficar mais gordinhas. O bom senso, o frio/calor que se faz sentir e o próprio espelho de corpo inteiro impedem que alguém possa sair assim de casa. O último caso de desequilíbrio que agora me ocorre é um caso de desequilíbrio proprio sensu, trata-se de um desequilíbrio físico, motor, provocado naquelas mulheres que se movem dificilmente em cima de uns saltos, pondo um pé atrás do outro no chão, como se estivessem a aprender a caminhar. A confiança e a própria segurança de algumas mulheres deslinda-se assim, aos olhos de qualquer um, em coisas simples que vão muito para além do bom senso e do bom gosto.
De facto, existem mulheres que parecem não ter amigas. Será que as amigas daquelas mulheres não tem coragem para lhes dizer? Ou é uma questão de personalidade e a personalidade delas é assim tão forte (tão forte) que nem o espelho lá de casa as convence??!!

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