"Quando Gregor Samsa despertou uma manhã na sua cama de sonhos inquietos, viu-se metamorfoseado num monstruoso insecto."
Como lidamos com as diferenças dos outros são as impressões que ficam da história de um caixeiro-viajante, que é levado a viver a sua vida como um insecto. As suas preocupações e a repugnância dos seus. Escrita em 1912, e contextualizada pelo Existencialismo, é o choque da família e o confronto que nem todos conseguem ter com Gregor que leva a crer que a vida humana não é mais do que a sua forma. Como seria se, afinal, cada um de nós não fosse aquilo que os nossos esperam de nós? Se não tivessemos a forma de uma vida humana? Mas, ainda assim, a nossa existência permanecesse intocável? Com pensamentos e preocupações, sem que os outros soubessem disso?
"O pai, transtornado como estava, nao percebia que era necessário abrir o outro batente da porta que estava fechada para que Gregor pudesse passar à vontade. Não o dominava senão uma ideia, a de que Gregor devia regressar àquele quarto tão depressa quanto possível. Nunca deixaria Gregor efectuar todos os movimentos necessários para erguer o corpo em altura e deste modo passar a porta. Pelo contrário, como se isso não representasse qualquer obstáculo, empurrava Gregor, aumentando o barulho que fazia. Para este, o que ouvia atrás de si, já não era unicamente um único pai: não era ocasião para brincadeiras e Gregor, desesperadopassou pela abertura da porta à força. O seu corpo ergueu-se de um dos lados, e passou de viés, com o flanco todo esfolado, sujando o branco da porta com feias manchas; mas logo ficou entalado, de tal modo que não conseguia sair dali - de um lado, com as suas pequenas e trémulas patas suspensas noa ar, enquanto que do outro lado se encontravam esmagadas contra o chão -, se não fosse o pai a dar-lhe por trás um golpe com violência verdadeiramente libertadora, fazendo-o voar até meio do querto, sangrando com abundância.
Logo a seguir a porta foi fechada com um golpe de bengala, após o que caiu o silêncio."
"O pai, transtornado como estava, nao percebia que era necessário abrir o outro batente da porta que estava fechada para que Gregor pudesse passar à vontade. Não o dominava senão uma ideia, a de que Gregor devia regressar àquele quarto tão depressa quanto possível. Nunca deixaria Gregor efectuar todos os movimentos necessários para erguer o corpo em altura e deste modo passar a porta. Pelo contrário, como se isso não representasse qualquer obstáculo, empurrava Gregor, aumentando o barulho que fazia. Para este, o que ouvia atrás de si, já não era unicamente um único pai: não era ocasião para brincadeiras e Gregor, desesperadopassou pela abertura da porta à força. O seu corpo ergueu-se de um dos lados, e passou de viés, com o flanco todo esfolado, sujando o branco da porta com feias manchas; mas logo ficou entalado, de tal modo que não conseguia sair dali - de um lado, com as suas pequenas e trémulas patas suspensas noa ar, enquanto que do outro lado se encontravam esmagadas contra o chão -, se não fosse o pai a dar-lhe por trás um golpe com violência verdadeiramente libertadora, fazendo-o voar até meio do querto, sangrando com abundância.
Logo a seguir a porta foi fechada com um golpe de bengala, após o que caiu o silêncio."

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