"- E que somos nós? - exclamou Ega. - Que temos nós sido desde o colégio, desde o exame de latim? Românticos: isto é, indivíduos inferiores que se governam na vida pelo sentimento, e não pela razão..."
Os Maias

terça-feira, 9 de junho de 2009

Perder o sentido

Retirei, plenamente consciente, horas e horas, ao meu estudo de processo penal, para me fazer à estrada, ou melhor, aos caminhos de ferro. Já estou habituada às correrias para apanhar os transportes, mas a tarefa torna-se especialmente complicada depois de dormir quatro horas na noite imediatamente anterior. O meu fantástico-sentido-de-orientação, algures também ele adormecido, deixa-me completamente desamparada, entre atrasos, horários, bilheteiras, destinos, escalas, linhas férreas, relógios e muito stress. Eu adoro andar de comboio e a viagem até à Beira Baixa é simpática. Gosto de estudar no comboio, gosto das curvas entre a montanha e o rio, de me sentir a passar por cima dos cruzamentos entre os carris, e ver os comboios a passar por mim!
Mas desta vez a sestinha foi inevitável, mesmo antes da habitual visita de boas-vindas do "fura-bilhetes". Acordo, ainda meio a dormir(!), só para lhe mostrar o meu bilhete, algo que se espera ser rápido. Rápido mas em boa hora! Porque acabo de perceber que estou no comboio errado e que vou ter que sair dentro de segundos! Que tal uma escala improvisada? Divertido?!! A reter: a minha desorientação chegou a ponto de ficar a olhar para a placa que me indica a linha 11, e ter que perguntar ao ser racional que se encontrava mais perto se aquela que estava a ver era realmemente a linha 11! É por estas e por outras situações que gosto de andar por sítios onde nunca ninguém me conhece.

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